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Kasata: 2
Cześć druga
Język portugalski
Dok. 4
José Caeiro, S. J., História da Expulsão da Companhia de Jesus das Províncias Ultramarinas da Assistência de Portugal (Séc. XVIII), Vol. IV, traduzione dal latino secondo il manoscritto del Archivio della Provincia Portoghese della Compagnia di Gesù , pp. 51-53.
Summary: The Jesuits left the College of Baia, in Brazil, and boarded the ships to Lisbon. There were 122 Jesuits. They could carry only one small bag. The rest of their goods had been auctioned. The difficulties they suffered onboard are vividly recounted.
No dia 19 de Abril [1760], depois de terem comungado, disseram adeus àquela casa, ilustrada com os exemplos de grandes virtudes, e, entre soldados armados, desceram para a praia. Aí, entraram em pequenos botes que, sob a direcção dos desembargadores Ciríaco e Sebastião Francisco Manuel, tomaram o rumo das naus. Eram ao todo 122 jesuítas. 83 dirigiram-se para a nau capitânia. […] Os restantes, que eram 39, embarcaram na outra nau que era mais pequena. […] Foi-lhes permitido levar a roupa branca que coubesse num saco pequeno. Tudo o mais ficou no Colégio e foi vendido em hasta pública na portaria. Lançaram-nos para os porões das duas naus e fecharam-lhes as portas, pondo sentinelas à entrada. Dentro, tudo era escuridão; o aperto e o calor eram quase intoleráveis. O jantar constava de legumes e não em abundância, e a ceia, que constava de um pedaço de carne salgada e água, não era mais abundante.
A 21 de Abril teve início a navegação. António Brito Ferreira, capitão da nau capitânia, nada fez de que os jesuítas se pudessem queixar. Todos os dias mandava alguma pessoa especialmente escolhida a saudar o Provincial e os outros jesuítas, e com ordem de lhes perguntar se necessitavam de alguma coisa. Os jesuítas, porém, ainda que maltratados, nunca se resolveram a queixar-se.
Vindo a saber, não sei por quem, que passavam sede, mandou-lhes dar água em abundância. E aos doentes tratou-os sempre com benignidade e liberalidade.
O comandante da outra nau, Bernardo de Oliveira, afora as ordens que penosamente tinha de executar, por si mesmo nada fez para aumentar a tortura dos jesuítas.
Em ambas as naus se lhes proibia que dissessem missa. Consentiu-se-lhes, porém, que assistissem a ela, celebrada por outros sacerdotes, e que comungassem quando lhes aprouvesse.
Durante a viagem sucedeu um caso que pareceu milagroso. Um grumete, ainda moço, caiu ao mar. Os companheiros, consternados ante o perigo que corria, recorreram a Sto. Inácio para que acudisse àquele pobre rapaz. Quando já o choravam por morto, avistaram-no ao longe no meio das ondas e, são e salvo, puderam recolhê-lo para a nau almirante. Isto serviu para que dali em diante os jesuítas fossem tratados menos duramente.
Foi também grande milagre o voo de gaivotas ao redor da nau, pois sabiam perfeitamente os mareantes que, por aquelas alturas, não havia nas proximidades nenhuma ilha em que aquelas pudessem poisar. A 13 de Junho, festa de Sto. António de Lisboa, entraram na barra do Tejo, e na noite seguinte os jesuítas foram transferidos para uma nau de Génova, onde já se encontravam os seus irmãos deportados do Rio de Janeiro; os restantes, vindos do Brasil, ficariam encerrados nos cárceres próximos das margens do Tejo.
Dok. 5
Lourenço Kaulen[1], Relação de algumas coisas que sucederam aos religiosos da Companhia de Jesus no Reino de Portugal, nas suas prisões, desterros, e cárceres, em que estiveram por tempo de 18 anos, isto é do ano de 1759 até 1777 no reinado de el-rei D. José I sendo o primeiro-ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, Biblioteca Nacional de Portugal, Manuscrito 7997, f. 3.
O intento desta Relação não é queixar-se dos instrumentos de que Deus se serviu para provar a paciência de tantos homens grandes, tanto na virtude quanto na ciência, e ainda na nobreza. Nem de infamar algum, de quem se relatam alguns excessos cometidos. Nem de canonizar aqueles dos quais se contam as suas virtudes mais que ordinárias. Mas só para que a posteridade saiba o que se tratou nestes cárceres, nos quais a inveja, o ódio, a maldade, e a tirânica vingança os tinham enterrado para nunca mais saírem daquela sepultura. Mas como Deus, que mortifica e vivifica, prova e não reprova os seus servos, não quis que a inocência fosse de todo oprimida, reduzindo os Padres das trevas á luz, dos cárceres à liberdade, e quase da morte à vida, sem dúvida quis que o mundo soubesse o que o inferno quis que se ocultasse. Verificando-se ainda nesta vida o que se lê no evangelho de S. Mateus cap. 10 Nihil est opertum quod non revelabitur, et occultum quod non scietur.
Dok. 6
Lourenço Kaulen ricorda con gratitudine il cappellano della fortezza di S. Julião da Barra dove sono stati incarcerati i gesuiti per ordine del primo ministro portoghese Pombal.
In: Lourenço Kaulen S.J., Relação de algumas coisas que sucederam aos religiosos da Companhia de Jesus no Reino de Portugal, nas suas prisões, desterros, e cárceres, em que estiveram por tempo de 18 anos, isto é do ano de 1759 até 1777 no reinado de el-rei D. José I sendo o primeiro-ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, Biblioteca Nacional de Portugal, Manuscrito 7997, f. 154-155.
O clérigo Cura da Fortaleza era óptimo velho, de suma caridade. Fosse de dia, fosse de noite, era sempre pronto, quando lhe davam licença de vir, e o chamavam. Era homem de virtude, e grande paciência, muito compassivo, e amigo de servir em que podia; sempre alegre nos trabalhos, que não os teve poucos nos últimos anos com os padres; vinha com gosto a dizer-lhes missa quando o comandante o permitia; e ainda muitas vezes tinha vindo de noite às escuras em tempo de ceia, quando as portas estavam abertas, para confessar alguns, que lhe mandavam pedir sem saber o comandante. Este é o primeiro que merecia ser premiado, pela boa vontade com que serviu aos padres dando-lhes os sacramentos e a sepultura por tantos anos.
[1] Gesuita tedesco nato a Colonia nel 1716, morì dopo il 1797, probabilmente a Lisbona, senza riuscire a unirsi, come desiderava, ai gesuiti della Russia. Entrato nella Compagnia di Gesù nel 1738, fu inviato in Brasile nel 1750.